Seu jardim precisa de uma repaginada e você admira a cultura japonesa? Aprenda como transformar seu quintal em algo com atmosfera nipônica.
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7 passos para criar um jardim japonês em casa, no Brasil

Vivemos em um mundo de caos constante. O barulho das notificações do celular, a pressão do trabalho, o trânsito, as notícias. Nossa mente raramente encontra um momento de silêncio, e o estresse se acumula em nossos ombros como um peso invisível, mas esmagador.

No meio dessa loucura, todos nós sonhamos com um refúgio. Um lugar sagrado de paz, onde pudéssemos simplesmente respirar e acalmar a mente. Muitas vezes, essa imagem de tranquilidade vem na forma de um sereno jardim japonês.

Com suas pedras cobertas de musgo, seu lago de carpas e suas árvores perfeitamente esculpidas, parece um portal para outro mundo. Um mundo, infelizmente, muito distante e caro.

Mas, e se eu te contasse que esse portal não precisa de uma passagem de avião? E se a essência desse santuário pudesse ser recriada em um pequeno canto do seu quintal, ou até mesmo na sua varanda?

O grande segredo, que poucos entendem, é que um jardim japonês não é sobre plantas exóticas. É sobre uma filosofia milenar capaz de aniquilar o estresse.

Não são as plantas: a verdade por trás da alma de um jardim japonês

O primeiro e maior erro que cometemos ao pensar em um jardim japonês é focar nas plantas. Nós nos preocupamos em encontrar o bambu certo, o bordo japonês, a cerejeira.

Mas a verdade é que a alma desse tipo de jardim não está nas espécies, e sim no simbolismo. Ele é uma representação da natureza em uma escala miniatura e idealizada.

As pedras não são apenas pedras; elas são montanhas e ilhas que representam a estabilidade e a eternidade. A areia ou o cascalho não são apenas forração; eles são o vasto oceano, com suas ondulações que nos convidam à meditação. Cada elemento está ali para contar uma história e evocar um sentimento, e não apenas para decorar.

Veja mais: Melhor Tipo de Grama para Jardim: Guia de Escolha

As 3 armas da tranquilidade: pedra, água e o vazio

Para começar a construir seu santuário, você precisa dominar as três armas fundamentais da tranquilidade. A primeira são as pedras (Ishi). Elas são o esqueleto, a estrutura do seu jardim. Use rochas de diferentes formas e tamanhos para criar um relevo e um senso de permanência.

A segunda arma é a água (Mizu), que simboliza a vida, a purificação e a passagem do tempo. Mas você não precisa de um lago.

A genialidade japonesa está em sua representação simbólica: um espaço com pedrinhas ou areia branca, rastelado para criar a ilusão das ondas do mar, cumpre o mesmo papel espiritual, sem os custos ou os problemas de manutenção, como a dengue.

A terceira e mais poderosa arma é o vazio (Ma). Em um mundo que nos ensina a preencher cada segundo e cada espaço, o jardim japonês celebra o vazio. Os espaços sem nada são tão importantes quanto os espaços com elementos, pois é neles que a nossa mente encontra lugar para respirar e descansar.

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O guia para o seu oásis: 7 elementos para criar seu santuário

Pronto para começar a aniquilar o estresse? Use estes 7 elementos como um guia para criar seu pedaço do Japão em casa, usando materiais e plantas fáceis de encontrar no Brasil.

  1. As Pedras (O Esqueleto): Agrupe algumas rochas de rio ou seixos grandes em números ímpares (3, 5, 7), que é uma prática comum para criar assimetria natural.
  2. A Água (Simbólica): Delimite um pequeno espaço com pedrinhas brancas e use um ancinho para criar desenhos de ondas. É lindo, relaxante e sem manutenção.
  3. As Plantas (O Verde que Acalma): Em vez de flores coloridas, foque em diferentes tons de verde e texturas. Pequenas palmeiras, samambaias, azaleias e buxinhos são ótimas opções que se adaptam bem ao nosso clima.
  4. A Lanterna de Pedra (Tōrō): Um único ponto de destaque. Hoje em dia, é fácil encontrar réplicas em lojas de jardinagem. Ela representa a luz do conhecimento iluminando a escuridão da ignorância.
  5. O Caminho (A Jornada): Use placas de cimento, pedras achatadas ou até mesmo bolachas de madeira para criar um caminho sinuoso. Ele representa a jornada da vida.
  6. A Assimetria (A Beleza do Imperfeito): Fuja das linhas retas e simétricas. O objetivo é criar uma cena que pareça ter sido esculpida pela natureza, e não por uma régua.
  7. O Som do Silêncio: Pense nos sons. Um pequeno sino de vento, o barulho das folhas de um bambu ou o som dos seus pés sobre o cascalho podem ser profundamente meditativos.

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