Objeto velho da sua casa era comum, mas hoje vale mias de R$ 8 mil
Pense naquele cofrinho esquecido no fundo do armário, na gaveta onde você joga as moedas que pesam no bolso, ou no troco que você recebeu na padaria hoje de manhã. Para a maioria de nós, aquilo é apenas dinheiro miúdo, um valor insignificante que mal paga um cafezinho.
Mas, e se eu te contasse que, no meio daquelas moedas comuns e sem graça, pode haver uma pequena peça de metal que vale centenas, ou até milhares de reais? E que você, neste exato momento, pode estar carregando na sua carteira uma pequena fortuna sem fazer a menor ideia?
A verdade é que, devido a erros de fabricação raros, edições comemorativas limitadas e detalhes quase imperceptíveis, algumas moedas do Plano Real que circulam por aí se tornaram verdadeiros tesouros.
Numismatas, os colecionadores de moedas, estão em uma caça frenética por esses itens, dispostos a pagar valores que parecem absurdos por um simples real.
A febre da numismática: por que uma simples moeda vira um tesouro?
O que transforma um pedaço de metal que vale R$ 1 em um objeto de desejo que pode valer R$ 8.000? A resposta está em uma única palavra: raridade. Assim como selos ou figurinhas, o valor de uma moeda no mundo dos colecionadores é determinado pela sua oferta e procura.
Edições comemorativas, como as das Olimpíadas, já nascem com uma tiragem menor, o que as torna mais raras que as moedas comuns.
Mas o verdadeiro santo graal dos colecionadores são as moedas com defeito de cunhagem. São erros que aconteceram na linha de produção da Casa da Moeda, criando peças únicas que nunca deveriam ter entrado em circulação.
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O caso da ‘Bandeira Olímpica’: a moeda que já vale 300 vezes mais
Para entender como isso é real, basta olhar para um exemplo famoso. Em 2012, o Brasil cunhou uma moeda de R$ 1 para comemorar a entrega da bandeira olímpica de Londres para o Rio de Janeiro. Foram produzidas pouco mais de 2 milhões de unidades, o que é muito pouco comparado aos bilhões de moedas comuns.
O resultado? Hoje, essa moeda, que você pode ter recebido de troco, já é um item de colecionador. Dependendo do seu estado de conservação, ela pode ser vendida por valores que chegam a R$ 300 ou mais. É uma valorização impressionante, mas que não chega nem perto do prêmio máximo que pode estar no seu bolso.
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A lista da fortuna: as moedas raras que valem milhares
Pronto para começar sua caça ao tesouro? Fique de olho nestas peças. Encontrar uma delas pode significar um belo dinheiro extra no seu bolso.
- A “Perna de Pau” (até R$ 600): Em 2014, o mascote da natação paralímpica foi homenageado em uma moeda de R$ 1. Algumas saíram com um defeito, sem a linha que representa a prótese da perna do mascote, dando a impressão de uma “perna de pau”. É rara e valiosa.
- A “Bifacial” (até R$ 8.000): Este é o erro mais raro e cobiçado. São moedas que, por uma falha grotesca, foram cunhadas com o mesmo desenho dos dois lados (duas “caras” ou duas “coroas”). Encontrar uma dessas é como ganhar na loteria.
- A “Mula” ou Híbrida (até R$ 4.000): Um erro fascinante. Uma moeda de 50 centavos, por exemplo, que recebe a parte de trás de uma moeda de 5 centavos. Ou seja, de um lado está o valor “50” e do outro apenas “centavos”, sem o zero.
- A “Invertida” (valor variável): Gire a moeda na vertical. Se o desenho do outro lado aparecer de cabeça para baixo, você tem uma moeda com “reverso invertido”. É um erro comum, mas que, dependendo do ano e da moeda, pode adicionar um bom valor à peça.
- A dos Direitos Humanos (até R$ 8.000): A rainha de todas. A moeda de R$ 1 cunhada em 1998 para celebrar os 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos teve uma tiragem baixíssima, de apenas 600 mil unidades. É a moeda comemorativa mais rara e valiosa do Plano Real.